Condenado a mais de 61 anos de prisão por chefiar quadrilha que abastecia de drogas facções criminosas, o subtenente Silvio César Molina de Azevedo foi excluído das fileiras da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

Portaria que traz a exclusão do policial foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (13).

A publicação é assinada pelo comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Renato dos Anjos Garnes.

Silvio César Molina Azevedo já havia sido afastado da corporação e agora foi excluído.

Ele foi preso no dia 25 de junho de 2018, durante a Operação Laços de Família, da Polícia Federal, sendo apontado como o chefe da quadrilha que abastecia de drogas a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de Molina, 20 outras pessoas foram presas na operação, que comendava o tráfico internacional de drogas através de Mundo Novo.

Segundo a Polícia Federal esclareceu na época, a organização criminosa trazia drogas do Paraguai, geralmente em caminhões, escondia em propriedades rurais da região Conesul e passavam para todo país.

Os pagamentos eram em dinheiro e algumas ocasiões, em joias, pois uma das empresas de fachada era uma loja de bijuterias.

Em dezembro de 2021, a 3ª Vara Federal de Campo Grande condenou 15 integrantes do grupo criminoso.

O agora ex-policial foi condenado a 61 anos, 11 meses e 21 dias de prisão em regime fechado, pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação criminosa para o tráfico e lavagem de dinheiro.

A Justiça Federal decretou, ainda, o perdimento de bens móveis e imóveis, incluindo valores em dinheiro, veículos de luxo, joias e armamento, que estava em posse dos membros da organização criminosa.

Relembre

Conforme informações da Polícia Federal, o município de Mundo Novo, que faz fronteira com o Paraguai., era o núcleo operacional do grupo criminoso.

Grandes carregamentos de drogas foram remetidos a diversos pontos do território nacional, em especial na região Nordeste.

Foram detectados ainda, na época, atos de dissimulação de origem e de ocultação de propriedade de bens, valores e direitos.

A ostentação foi um dos fatores que mais chamou a atenção da Polícia. Molina ostentava, junto com a família, vida de luxo nas redes sociais.

Os integrantes da família tinham bens e padrão de vida incompatíveis com o salário. Na ocasião da operação, a remuneração de Molina, segundo o Portal da Transparência do Governo do Estado, era de R$ 10,1 mil.

Nas redes sociais, no entanto, a família exibia veículos de luxo de marcas famosas, como Ferrari, Mercedes Benz, Land Rover, além de helicóptero, jet ski e viagens internacionais, com hospedagem em hotéis cinco estrelas.

O filho do policial, Jefferson Molina, 25, era um dos que ostentavam luxo nas redes. Ele foi assassinado em junho de 2018, em uma conveniência de Mundo Novo.

Antes da execução, em 2016, o rapaz havia sido preso por porte ilegal de arma de fogo. Na época, ele estava acompanhado de um traficante foragido da justiça, estando ambos de posse de uma pistola .380, em Salto Del GuaiRá, no Paraguai.

Eles foram detidos pela Receita Federal ao tentar entrar com a arma no Brasil.

Em 2019, Silvio César Molina Azevedo também teve mandado de prisão cumprido pela Polícia Civil de Minas Gerais, suspeito de envolvimento em duplo homicídio ocorrido em Rio Pomba (MG), em janeiro de 2018.

Na operação da polícia mineira, crime envolvia briga entre quadrilhas rivais de tráfico nacional e internacional de drogas, sendo mortos Nasser Kadri e Eneas Mateus de Assis, e Molina foi apontado como possível mandante.

Desta acusação, o ex-subtenente foi absolvido, em júri realizado em outubro do ano passado.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO