Com a fatalidade que culminou na morte do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), no dia 17 de março, a sua primeira-suplente, professora Gleice Barbosa Jane (PT), já foi convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), deputado estadual Gerson Claro (PP), para assumir a vaga em até 30 dias.
Na prática, com a posse de Gleice Jane, a “bancada” douradense passará a contar com cinco integrantes, pois, além da futura parlamentar petista, já tem os deputados estaduais Zé Teixeira (PSDB), Lia Nogueira (PSDB), Renato Câmara (MDB) e Neno Razuk (PL), fortalecendo a representatividade do município na Casa de Leis.
Se for levado em consideração o decano deputado estadual Londres Machado (PL), que é de Fátima do Sul, uma cidade vizinha a Dourados, a representatividade da região aumenta para seis parlamentares dentro da Assembleia Legislativa, o que pode significar mais benefícios para os dois municípios.
Para o cientista político Tércio Albuquerque, essa nova situação da Assembleia Legislativa, decorrente da morte do deputado Amarildo Cruz, acabou por consolidar uma liderança importante de deputados da região da Grande Dourados.
“Considerando Zé Teixeira, Renato Câmara, Neno Razuk, Lia Nogueira e Gleice Jane, e adicionando Londres Machado, em razão da sua vinculação com a região, temos seis deputados estaduais entre os 24 parlamentares”, disse Tércio.
RECURSOS
Ele acredita que o peso desses parlamentares vai representar, sim, uma importância significativa, tanto junto ao governador Eduardo Riedel (PSDB), na hora de buscar recursos, investimentos e benefícios para a região, quanto junto à bancada federal do Estado no Congresso, porque essa representatividade regional faz toda a diferença.
“E temos de considerar um ingrediente a mais, que seria a movimentação das emendas parlamentares alcançadas aí, uma faixa de mais de R$ 2 milhões para cada um dos seis deputados estaduais. Assim, nós teríamos R$ 12 milhões, se pensarmos apenas na destinação desses recursos das emendas”, reforçou Albuquerque.
O cientista político ressaltou que esse volume superior a R$ 12 milhões, que pode ser adicionado aos municípios de Dourados e Fátima do Sul, teria um efeito extremamente importante para a região e poderia significar muito nas próximas eleições municipais.
“Além disso, como a situação tende a permanecer inalterada, essa bancada douradense tem muita relevância para os candidatos a prefeitos de Dourados e de Fátima do Sul e também para os próximos candidatos a governador, principalmente para Riedel, que deve tentar a reeleição”, detalhou, completando que essa situação é muito rara.
ELEIÇÕES
Na visão do cientista político Daniel Miranda, de fato, a presença de tantos representantes pode acarretar benefícios à região sul do Estado, principalmente para Dourados.
“Mas aqui eu chamaria atenção para outro processo em curso: a presença de tantos representantes provavelmente vai acirrar ainda mais a disputa eleitoral de 2024 na região e também de 2026”, projetou.
Para ele, estar em um cargo de evidência, autoridade e acesso a recursos faz com que os deputados estaduais queiram, obviamente, fortalecer suas bases, pensando na reeleição em 2026.
“Para tanto, ter aliados locais é fundamental e, assim, eleger vereadores e prefeitos é crucial”, argumentou.
Conforme Daniel Miranda, Dourados e região podem ser beneficiados não apenas por terem muitos representantes, mas sim por conta da proximidade do processo eleitoral de 2024.
“Como são vários deputados, o pouco que cada um fizer pela região, no agregado, será muito”, finalizou.
Saiba: Atualmente, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul é composta por quatro blocos: Bloco 1 – formado por deputados estaduais de MDB, PL, PP, PR, PSD e Podemos; Bloco 2 – formado por deputados estaduais do PSDB, do PDT e do União Brasil; Partido dos Trabalhadores – formado pelos três parlamentares da legenda; e Conservadores – formado pelos deputados estaduais Lidio Lopes (Patriota), João Henrique Catan (PL) e Rafael Tavares (PRTB).
FONTE; CORREIO DO ESTADO