O traficante boliviano Jorge Adalid “Nono” Granier Ruiz preso em Mato Grosso do Sul na terça-feira (28) quando circulava pela BR-163, em Jaraguari, é considerado pela Justiça da Argentina (país que quer sua extradição) um chefões do tráfico de drogas naquele país.
Jornais argentinos alegam que “Nono” é considerado um dos chefões da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira da Bolívia com a Argentina, e uma comprovação de que a facção já ganhou status de cartel internacional do crime organizado.
Em Mato Groisso do Sul, Jorge Adalid “Nono” Granier Ruiz foi preso por uso de documento falso e falsidade ideológica. Ele viajava em uma caminhonete Toyota Hilux. Aos policiais, ele disse que seguia para Campo Grande.
Na Argentina, sobretudo na província de Jujuy, norte da Argentina – local por onde passará a Rota Bioceânica, almejada pelas autoridades de Mato Grosso do Sul -, Ruiz é apontado pelo ministério público como o responsável por traficar cocaína por via aérea.
Em fevereiro de 2022, três promotores do Ministério Público solicitaram, em parecer conjunto, a prisão de Jorge Adalid Granier Ruiz.
A prisão foi requerida na província de Salta, já que o grupo de atuação de Ruiz é associado ao tráfico de 389 quilos de cocaína para uma quadrilha liderada por uma mulher chamada Adelaida “la Tía” Castillo, presa em 2020.
Prisão
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jorge Adalid Granier Ruiz estava em uma caminhonete Hilux nova, que possui apenas 4 quilômetros rodados, acompanhado de sua amante, que não teve o nome divulgado, e de seu motorista e segurança, Valdersom Pereira dos Santos.
O veículo vinha de Rondonópolis no sentido Campo Grande. O motorista, Valdersom, que já havia sido detido pela PRF em outras duas ocasiões por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tinha um mandado de prisão em aberto, também foi preso.
Em coletiva, realizada na tarde da última terça-feira, a PRF informou que, durante a abordagem de rotina, os policiais notaram certo “nervosismo” no trio. O condutor teria afirmado que estava transportando um casal boliviano.
Na revista, Jorge Ruiz apresentou identidade e passaporte boliviano falsos, em nome de Jorge Mendes, logo identificados pela polícia. A mulher que o acompanhava, posteriormente identificada como sua amante, também portava identidade boliviana, mas verdadeira.
À polícia, Ruiz confessou ser foragido da Justiça Argentina, e confirmou sua ligação com o PCC. Ruiz teria entrado no Brasil em dezembro de 2022, e seguido para Mato Grosso (MT).
“Ele é um dos mais procurados na Argentina por tráfico de drogas”, afirmou Marcos Kley, chefe do núcleo de policiamento.
Além dos documentos falsos de nacionalidade boliviana, Ruiz portava uma identidade brasileira falsa, comprada por US$ 5 mil.
O narcotraficante foi encaminhado, durante a tarde do mesmo dia, para a Polícia Federal, que já anunciou a prisão preventiva de Ruiz e deu início ao processo de extradição, que deve tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao Correio do Estado, o STF informou que ” o processo de extradição e prisão preventiva tramitam em sigilo”.
FONTE: CORREIO DO ESTADO