Na noite da última terça-feira (28) a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 193 caixas de um medicamento utilizado para tratamento de câncer, HIV e outras doenças, que estava sendo transportado sem a nota fiscal em Miranda (MS).

A mercadoria foi fiscalizada no quilômetro 602 da BR-262, no veículo de uma transportadora. O condutor não soube dizer a origem dos produtos, e afirmou ser apenas o motorista contratado para levar a carga até Campo Grande.

O medicamento em questão é a Imunoglobulina, utilizada para promover imunização passiva, aumentando a concentração de anticorpos em pacientes com doenças que afetam o sistema imunológico, como explica a conselheira do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF/MS), Daniely Proença.

“Ele (o medicamento) é uma glicoproteína que se liga na nossa parte de defesa, nas principais células do corpo, e se liga à imunoglobulina para realizar algumas funções na parte de imunidade, dos anticorpos de proteção do organismo”, afirmou.

A Imunoglobulina é bastante utilizada no tratamento de pacientes com câncer, HIV (imunodeficiência humana), que passaram por transplante de medula óssea e com leucemia linfocítica crônica.

O medicamento também é utilizado em pacientes com desordens imunológicas e inflamatórias específicas, incluindo púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), Síndrome de Kawasaki e Síndrome de Guillain-Barré.

“Geralmente, são as pessoas que estão muito debilitadas que fazem o uso desse medicamento”, acrescentou Proença.

Ainda segundo a conselheira do CRF, o medicamento é bastante procurado pela sua aceitação pelo organismo, já que ele é aplicado por via intravenosa, ou seja, a solução é administrada na veia, diretamente na circulação sanguínea.

“A via intravenosa é uma fase de melhor aceitação, a biodisponibilidade dela é 90%, 100% no organismo. A distribuição se equilibra, 40% no espaço extravascular, 60% no sangue. Por isso que tem um resultado bom, por isso que ele é tão valorizado. É um resultado imediato”, comentou.

O paciente que faz o uso de medicamento intravenoso já pode sentir, imediatamente, um pico de resultado. Esse fator faz com que a Imunoglobulina seja vendida por um alto valor.

Ao Correio do Estado, o CRF afirmou que não é possível encontrar o medicamento em farmácias, e que a comercialização é feita apenas para hospitais. O valor não foi informado.

As caixas do medicamento de origem estrangeira (Imune Globulin – Intravenous 5g%), serão destinadas pela Receita Federal a hospitais.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO