Após um ano do caso vir à público, o fonoaudiólogo Wilson Nonato Robelo, 31 anos, foi julgado e condenado nessa quarta-feira (5) por abusos sexuais e pedofilia durante consultas.
O fonoaudiólogo que usava da profissão para cometer os crimes foi condenado, inicialmente, a 25 anos de prisão, no entanto, ele ainda responderá por acusação de mais sete ações por estupro de vulnerável que tramitam na Justiça do Estado.
A pena foi proferida pelo juiz da Vara Especializada em Crimes Contra Crianças e Adolescentes, Robson Celeste Candeloro, que sentenciou a pena em 25 anos pelo crime cometido contra um menino de oito anos, em Campo Grande.
De acordo com o juiz, não resta dúvida sobre a autoria dos crimes, uma vez que o próprio acusado confessou. Além disso, o depoimento dos familiares e as provas levantadas pela Polícia Civil já seriam suficientes para a sentença do réu.
O magistrado registrou que Wilson admitiu ‘apenas’ ter mandado o menino de oito anos abaixar a cueca, no entanto, tal confissão é o suficiente para condenação, uma vez que para o estupro ser configurado, não é necessário o contato físico entre o autor e a vítima.
“Houve confissão perante este juízo apenas quanto à contemplação lasciva. Mas, é o que basta para concluir ser induvidosa a autoria do delito em questão”, ressaltou Candeloro.
De acordo do Superior Tribunal Federal (STF), contemplação lasciva é o ato de sem tocar na vítima, mesmo a distância, satisfazer a sua libido com a nudez alheia.
Wilson Nonato Robelo segue preso no Presídio de Trânsito (Ptran), localizado no complexo do estabelecimento penal de segurança máxima “Jair Ferreira de Carvalho”, no Jardim Noroeste, em Campo Grande.
O caso
O fonoaudiólogo Wilson Nonato Robelo foi preso em flagrante no dia 9 de março de 2022, após um menino de oito anos de idade denunciar sobre os abusos sexuais que aconteciam no consultório do criminoso, localizado no Centro de Campo Grande. Os abusos aconteciam durante as sessões e se repetiram ao menos 10 vezes.
Após o caso vir à tona, familiares de outros pacientes procuraram a polícia. Ao todo, cinco casos foram confirmados. Segundo investigações policiais, as vítimas possuem de quatro a oito anos de idade, todos do sexo masculino.
Entre as vítimas, o criminoso abusava daquelas que apresentavam maior dificuldade em se comunicar e oferecia doces como forma de conquistar a confiança das crianças. Além disso, as consultas não podiam ser acompanhadas pelos responsáveis.
Segundo a polícia, Wilson Nonato encerrou as atividades em Manaus em 2021 e se mudou para Campo Grande no mesmo ano. O fonaudiólogo atuou na Capital por mais de um ano e nesse tempo pode ter atendido pelo menos 200 crianças.
FONTE: CORREIO DO ESTADO