Este dia 20 de abril será marcado por uma rotina diferente nas escolas públicas de Mato Grosso do Sul. A Secretaria de Estado de Educação (SED), em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), realizará o Dia S de Segurança nas Escolas, visando a um ambiente tranquilo para alunos e profissionais da educação. A medida foi tomada após ameaças de ataques em escolas de todo o País.

“Em função da crescente preocupação com casos observados em outros estados, a SED entendeu que era necessário realizar um dia de reflexão e diálogo, com foco na segurança do ambiente escolar”, disse a assessoria de comunicação da SED.

Para a preparação das atividades de hoje, algumas escolas da Rede Estadual de Ensino (REE) liberaram mais cedo os alunos ontem, como foi o caso das escolas estaduais Hércules Maymone e General Malan.

A secretaria informou que nos últimos dias passou informações e trabalhou com as equipes para que esta quinta-feira seja um dia de reflexão, em meio a uma rotina de aula normal.

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou, por meio de nota, que estão sendo trabalhadas atividades de conscientização com os alunos.

Além disso, o esquema de segurança já foi reforçado com policiamentos e rondas, e as entradas nas unidades escolares é feita apenas com autorização. O canal antipânico também já está disponível na rede.

SEGURANÇA

Além das ações escolares, a Polícia Militar também tem se movimentado para garantir a segurança dos alunos. O tenente-coronel Augusto Regalo comentou que a situação atual não está tão “tumultuada quanto parece”, e que as informações que a PM tem recebido sobre ataques nas escolas são em grande parte falsas.

Augusto ressaltou que a PM já tem um projeto de policiamento escolar, o Família Forte, Escola Segura, que visa não só à segurança, mas à educação dos alunos a respeito de questões sérias, como drogas.

Além disso, o tenente-coronel informou ainda que as viaturas de radiopatrulhamento intensificaram as rondas próximo às escolas e o helicóptero da PM também vem sendo utilizado para isso.

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizou na terça-feira e ontem um treinamento de profissionais da educação em seis escolas da Capital.

A ação visa à capacitação de servidores de escolas públicas e particulares para saberem como reagir em situações emergenciais, que demandem condutas específicas de segurança no âmbito escolar.

De acordo com o major Ronaldo Moreira de Araújo, do Bope, a iniciativa faz parte das estratégias do Plano de Gestão de Risco e Segurança nas unidades educacionais, desenvolvido pelo governo do Estado.

Segundo o comandante do Bope, coronel Vinícius de Souza Almeida, a partir do dia 2 de maio, um curso para oficiais da PM será ministrado com o objetivo de que esses agentes formem os demais policiais para, assim, conseguir alcançar a maioria das escolas do Estado.

“A gente focou muito na prevenção, na conduta de professores e funcionários na escola, para tentar identificar um possível agressor, e isso dá para ser feito porque vários ataques no mundo não foram uma surpresa para muitos alunos, porque a pessoa já havia dado sinais, inclusive falado a alunos o que ia fazer”, disse o coronel.

Vinícius de Souza informou ainda que o Bope estuda desde 2014 esses crimes e publicou um levantamento de como proceder nessas ocasiões em 2019.

Como o assunto virou pauta nacional, houve a necessidade de se difundirem essas informações aos profissionais da educação. O coronel alertou também sobre a propagação dessas notícias, já que, de acordo com o estudo, esses criminosos gostam da notoriedade e isso acaba incentivando indivíduos a praticarem esse crime.

MEDIDAS NACIONAIS

Na terça-feira, o secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, e o vice-governador do Estado, José Carlos Barbosa, estiveram em Brasília para uma reunião sobre a segurança das escolas públicas do País.

Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as famílias e a sociedade deveriam assumir a responsabilidade pelo processo educacional de crianças e adolescentes, mas também afirmou que as plataformas digitais devem ser responsabilizadas pelo conteúdo que disseminam.

Entre as ações feitas pelo governo federal a respeito da segurança nas escolas estão 155 ações de busca e apreensão executadas, 1.595 registros de ocorrências feitos em delegacias e 756 contas eliminadas ou suspensas de redes sociais.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO