O Gabinete Compartilhado apresentou, na última quinta-feira (20), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para facilitar o pagamento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A proposta foi apresentada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, iniciativa do Gabinete Compartilhado, assinada pelas deputadas Camila Jara (PT-MS) e Tabata Amaral (PSB-SP), os deputados Amom Mandel (Cidadania-AM), Duarte (PSB-MA) e Pedro Campos (PSB-PE), e pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE).
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a inadimplência do programa chega a mais de 50% atualmente.
“O formato do atual Fies gerou um endividamento de grande parcela de seus beneficiários. O novo modelo proposto conseguirá ao mesmo tempo dar mais segurança aos estudantes e diminuir a inadimplência”, reforça o deputado federal Pedro Campos (PSDB-PE).
Além de beneficiar o estudante, a mudança é fundamental para a recuperação do programa, que já soma cerca de R$ 11 bilhões em parcelas atrasadas.
A PEC também já foi apresentada aos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad.
“Todos entendemos a urgência dessa matéria para garantir uma nova realidade aos estudantes brasileiros. Estamos juntos para conquistar novos olhares sobre o FIES”, afirma a deputada federal Camila Jara (PT-MS).
O que pode mudar
A proposta visa permitir que os valores devidos pelos estudantes sejam condicionados à renda futura, sendo descontados de forma automática e somente a partir do estabelecimento de vínculo empregatício.
Atualmente, a dívida começa a ser paga logo após a conclusão do curso.
“O programa precisa ser viável, porém, hoje temos milhares de pessoas que não conseguem pagar as suas parcelas. Devido a baixa empregabilidade e remuneração do mercado e outros fatores. E é esse o ponto da nossa proposta, fazer com que esses pagamentos sejam mais justos e que aconteçam apenas enquanto a pessoa atinja e mantenha uma determinada base de renda”, afirma a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP).
Apesar das diretrizes iniciais, a PEC não define valores e percentuais. A ideia é que ocorra uma ampla construção conjunta com a escuta de parlamentares, especialistas e a sociedade em geral para que os detalhes sejam definidos, posteriormente, em um Projeto de Lei Complementar.
FONTE: CORREIO DO ESTADO