Com o encerramento do último julgamento, Cléber de Souza Carvalho, conhecido como “Pedreiro Serial Killer”, acumula uma pena de 120 anos por sete assassinatos. Hoje, a Justiça de Mato Grosso do Sul o condenou a 24 anos e cinco meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Hélio Taira, de 74 anos.

Além do tempo de reclusão, Cléber também foi condenado ao pagamento de 35 dias-multa, sendo que o valor de cada dia-multa é de 1/30 do salário-mínimo vigente à época dos fatos.

De acordo com as investigações, aconteceu um desentendimento entre os dias e Cléber golpeou a vítima na cabeça e enterrou o corpo na calçada lateral da residência, colocando concreto em seguida.

A vítima fazia bicos de jardinagem e foi contratada pelo pedreiro para capinar um lote, na Vila Planalto.

Após a sua morte, o homem foi dado como desaparecido em novembro de 2016 e a família que morava na casa não sabia que o cadáver estava enterrado na calçada da residência.

O assassino está preso desde 2020, quando todos os crimes foram descobertos. Todas as vítimas eram homens, moravam sozinhos e tinham bens em seus nomes e foram mortos com pancadas na cabeça.

Durante o julgamento de hoje, apenas a cunhada da vítima falou com a imprensa e relatou que foram mais de quatro anos de buscas por Taíra até a descoberta de seu corpo enterrado na calçada.

A localização foi dada por Cléber que, após ter sido acusado por um dos crimes, confessou mais seis mortes e contou onde havia enterrado todos os corpos.

“Eu e minha cunhada procuramos, a gente ia para Miranda, Rio Verde, Bonito, quando falavam que tinha alguém na rua mendigando, a gente ia. Eu ia para a rua com a foto dele. Durante quatro anos foi só sofrimento”, disse.

Durante seu depoimento, o réu afirmou que matou Taíra porque ele havia “mexido” com duas meninas menores de idade, que estavam indo para a escola e iniciou uma discussão com a vítima.

Ainda de acordo com ele, o homem teria ido para cima dele com um facão e, para se defender, bateu na cabeça da vítima com um cabo de uma ferramenta que estava segurando.

Cléber também negou que tenha ficado com os bens da vítima, como fez com as outras seis.

“Ele era muito trabalhador, nunca ia fazer isso [mexer com meninas na rua], jamais. Ele tinha o dinheiro dele, as coisas dele, e sumiu as coisas dele. Ele matou para roubar e tá falando que é santo, ele não é santo não, é fácil ele falar agora”, disse a cunhada da vítima.

CRIMES

A primeira vítima encontrada foi José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, que foi assassinado no dia 2 de maio de 2020, em sua casa. A denúncia foi feita após a família de Cléber mudar para a residência que pertencia à vítima e o vizinho desconfiar da situação.

Ao ser descoberto, o criminoso confessou que de fato havia matado o José e confessou os outros seis homicídios, contando também onde estavam os corpos. Por essa morte, ele foi condenado a 18 anos de prisão.

A segunda vítima era ajudante de Cléber, se chamava José Jesus de Souza, tinha 45 anos, e trabalhava como pedreiro nas obras e foi, assim, com aconteceu com Taíra, ele foi morto após uma discussão.

A irmã do assassino estava morando na casa de José de Jesus e ele havia vendido o terreno que pertencia a vítima. Neste caso, a pena também foi de 18 anos de prisão.

Assim como a vítima anterior, Roberto Geraldo Clariano, de 48 anos, também estava ajudando Cléber, desta vez em um terreno no Zé Pereira, quando se desentendeu com o assassino e levou golpes na cabeça com o cabo de uma picareta. Por essa morte, a condenação foi de 15 anos.

O serial killer também matou o próprio primo, em 2015. Flávio Pereira tinha 34 anos e, após brigar com o réu por um terreno. Após o crime, o pedreiro vendeu o local, que pertencia à vítima, para um barbeiro, de 53 anos, por R$ 50 mil. A pena foi de 15 anos por esse crime.

Outra vítima foi Claudionor Longo Xavier, de 48 anos. O homem era caseiro de uma chácara quando conheceu o assassino e resolveu investir um imóvel junto com ele, mas, também acabaram brigando.

O suspeito matou e levou o cadáver para o terreno de uma casa no bairro Sírio Libanês e vendeu a motocicleta da vítima. A pena também foi de 15 anos.

Por sua vez, Timóteo Pontes Roman. de 62, era aposentado e contratou Cléber para fazer reparos na calçada de onde morava, no bairro Planalto. Ele foi morto com duas pauladas na cabeça e o corpo jogado em um poço de mais de 10 metros. Por este crime, ele foi condenado a 15 anos de prisão.

Ao todo, a condenação do serial killer é de 120 anos.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO