D.A.C,  de 23 anos, conhecido pela alcunha ‘Carijó’ foi preso nesta 2ª.feira (15.mai.23), pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ele é acusado de agir como um estuprador em série que atacava mulheres que estavam a caminho do trabalho nas madrugadas, nos bairros Macaúbas e Los Angeles. Ele fez ao menos 3 vítimas.

“Ele aproveitava o momento que as mulheres saiam para trabalhar e ainda estava um pouco escuro e abordava essas mulheres chegando aos pontos de ônibus”, explicou a delegada Analu Lacerda Ferraz, que comandou as investigações no Setor de Investigação de Crimes e Feminicídio e Crimes Sexuais, da Deam. No meio da rua, no ato do estupro, Carijó ainda agredia e roubava suas vítimas.

A última vítima foi uma jovem que foi atacada às 5h da manhã, da 2ª.feira (8.maio.23).

De acordo com a investigadora, a vítima começou a ser monitorada pelo autor no sábado (6.mai). Além de agredir e estuprar suas vítimas, ‘Carijó’ também as roubava. “Essa vítima da segunda-feira ele roubou o telefone, o cartão de passe, então todos esses delitos nós conseguimos materializar”, disse Analu.

Em coletiva à imprensa, Analu revelou ter provas suficientes para manter o suspeito preso. “Está extremamente materializada a autoria. Ele já responde por estupro de vulnerável de uma adolescente e está usando tornozeleira [eletrônica]. Nós entramos em contato oficial com o pessoal do monitoramento e acompanhamos todo o trajeto dele, que mostrou que ele realmente era o autor do estupro”, detalhou a delegada.

O suspeito foi preso dormindo na casa do irmão, no Bairro Macaúba e levado à Deam, aparentava tranquilidade, negando o cometimento dos crimes sexuais.

A delegada delegada Elaine Benicasa, que acompanhou Analu na coletiva, reforçou entretanto a materialidade da acusação. “Apesar de ele negar, os investigadores encontraram roupas que utilizou em um dos estupros, que foi filmado por uma câmera da rua. Nesse modus operandi ele ficava aguardando as vítimas no escuro, em que pese ele negar ele ser o autor, os crimes estão bem materializados, algumas vítimas já fizeram reconhecimento dele, foram encontrados roupas na residência dele, além da própria tornozeleira eletrônica ter indicado ele no local do crime, no momento do estupro”.

Até o momento, segundo a delegada Analu, há três vítimas identificadas, mas acredita-se que haja mais. “Outras vítimas estão sendo identificadas e nós vamos ouvi-las para analisar os outros boletins de ocorrência que haviam sido registrados anteriormente naquela região. Então, nós vamos chamar essas vítimas para ouvi-las, até porque é um crime complicado, às vezes as mulheres sentem-se constrangidas em denunciar”.

A denúncia feita por uma idosa, ajudou no rastreamento de ‘Carijó’. “Nós temos uma senhora também que já tinha feito boletim de ocorrência e reconheceu ele. Essa senhora lembrava do apelido dele”, revelou Analu.

Conforme a delegada Analu, a única maneira de a polícia coibir esses criminosos, é por meio da denúncia. Diante disso, ela destacou a importância dos registros de ocorrência. “Se essas três vítimas não tivessem procurado a delegacia, não tivessem feito uma denúncia, possivelmente esse cara ainda estaria atuando lá, e nós não o teria prendido, outras vítimas teriam surgido. Eu sei que é um delito que as vítimas ficam constrangidas de vir fazer o boletim de ocorrência, mas para nós é importante. Nós só temos como atuar diante dos boletins de ocorrência, para evitar que outras vítimas sejam feitas”, explicou.

“É importante ressaltar o crescimento desses crimes sexuais em Campo Grande, que muitas vezes ficavam sem definição da autoria. Agora, com a criação desse setor a cargo da doutora Analu, nós acreditamos que vamos otimizar esses trabalhos para que esses boletins de ocorrência que muitas vezes ficam perdidos, para que nós possamos ir atrás, identificá-los e perdê-los”, prospectou a delegada Benicasa.

“A agilidade é extremamente importante. Esse boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira, na terça-feira as equipes já estavam nas ruas, já buscamos imagens, porque as imagens são perecíveis, se não agir rápido dificilmente se consegue localizar e identificar. A rapidez que nós soubemos e fomos atrás que gerou sucesso”, avaliou.

“Pedimos uma prisão temporária, por hora, para poder fazer o reconhecimento das demais vítimas e fazer coleta de material genético para reafirmar ainda mais a autoria”, concluiu.

 

FONTE: MS NOTICIAS