Após ser suspensa pelo juiz da 1º Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, a segunda audiência do processo que investiga a morte da menina Sophia, que faleceu aos dois anos, depois de ter sido agredida física e sexualmente, será retomada na próxima sexta-feira (26).

De acordo com o apurado pelo Correio do Estado, ainda faltam ser ouvidas algumas testemunhas de defesa, além de Stephanie de Jesus da Silva, mãe da vítima, e Christian Leitheim, namorado de Stephanie e padrasto de Sophia. Ambos são réus sob a acusação de omissão diante da violência sofrida pela menina e por sua morte e estupro, respectivamente.

A audiência teve início na sexta-feira passada, dia 19, ocasião em que foram ouvidas uma colega de trabalho, a madrinha de Sophia, além da agente de saúde que atendia a residência onde o crime aconteceu e um casal de vizinhos.

Neste dia, a colega de trabalho e a amiga de Stephanie relataram que a ré era uma pessoa confiável e parecia amar Sophia, mas passou por uma drástica mudança de comportamento quando começou a se relacionar com Christian, com quem tem uma filha ainda bebê.

“Depois de mudar de casa ela se afastou, e era difícil até de conversar com ela pelo celular”, afirmou a amiga de Stephanie e madrinha de Sophia.

A testemunhas ainda acrescentou que o casal não aparentava ser feliz e chegou a romper o namoro, mas, quando reatarem, a ré mudou mais ainda e se afastou de vez do convívio das antigas amizades.

Por sua vez, a vizinha que mora próxima à casa do casal, confirmou que a residência vivia em péssimas condições de conservação e higiene, além dos cachorros e as crianças chorarem muito.

A madrinha da vítima e a antiga colega de trabalho foram ouvidas como testemunhas de defesa, já o casal de vizinhos e a agente de saúde como acusação.

DISCUSSÃO COM O JUIZ

Neste segundo dia de oitivas perante o juiz estava previsto para que os dois réus apresentassem suas versões dos fatos, mas antes que isso acontecesse a audiência foi interrompida por uma discussão entre um dos advogados de Christian e o juiz que conduzia os trabalhos.

O desentendimento se deu porque Willer de Almeida, que trabalha em conjunto com Pablo Gusmão na defesa do acusado, se levantou e ofereceu um copo d’água para a amiga de Stephanie, que começou a chorar durante seu depoimento.

Por tomar tal atitude sem pedir a autorização, Garcete pediu para que ele retirasse a água de frente da depoente e retornasse para seu lugar porque, de acordo com suas palavras o advogado “estava ali para advogar e não fazer trabalho de serviçal”.

Ao que Willer retrucou, dizendo que ele poderia fazer o trabalho que quisesse porque estava ali como advogado, mas não poderia ser impedido de servir água a quem fosse e começou um bate-boca com o juiz. Por sua vez, Garcete pediu para que ele fosse retirado do plenário pelos policiais e suspendeu a sessão.

As testemunhas que já foram ouvidas não precisarão repetir os depoimentos e a audiência será retomada de onde parou, ou seja, começará a partir da fala da amiga de Stephanie.

RELEMBRE O CASO

A pequena Sophia de Jesus Ocampo, de dois anos, chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande, no dia 26 de janeiro, com sinais de violência. Os principais acusados pelo crime são o padrasto, Christian Campoçano Leitheim e a mãe da menina, Stephanie de Jesus da Silva.

O laudo necroscópico indicou que a pequena Sophia morreu por um traumatismo na coluna causado por agressão física. A criança apresentava, ainda, sinais de estupro, crime comprovado após análise feita pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol).

As audiências de instrução tiveram início no dia 17 de abril, quando foram ouvidos o pai da vítima, Jean Carlos Ocampo, a avó e avô materno, bem como a ex-namorada de Christian,  com quem ele tem um filho de quatro anos e morava na mesma casa com Sophia.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO