Finalmente, o mundo — e especialmente o continente — enfrenta uma realidade que até os primeiros 20 anos deste século nada mais era do que um sonho utópico e maluco: a América Latina interligada através de corredores multimodais (hidroviários, rodoviários e ferroviários), o Sistema Bioceânico Rota. E o Brasil, como ponto de partida desse passo visionário, vê hoje o caminho ser aberto na fronteira Brasil-Paraguai. A construção de pontes, rodovias e portos está conectando os territórios paraguaio e brasileiro, tendo Porto Murtinho como porta de entrada. Porém, no primeiro plano do mapa estratégico deste avanço histórico econômico e social, uma cidade se afirma como núcleo estratégico para a qualificação de investimentos: é Campo Grande.

Os endereços de maior destaque da Bioceânica nos últimos 15 anos não incluíam Campo Grande. A ideia errada era que estava fora da rota. Este erro foi corrigido em grande parte. Com a gestão da prefeita Adriane Lopes (PP), iniciada em abril de 2022, a capital mato-grossense ascendeu ao patamar de grandes referências atribuídas a outras cidades latino-americanas, entre elas Porto Murtinho — do inesquecível prefeito e principal defensor da Rota Bioceânica, Heitor Miranda dos Santos — Loma Plata e Assunção, no Paraguai; Salta, na Argentina; e Iquique, no Chile.

PLANEJAMENTO

Para atingir o objetivo, a autarca seguiu um plano inteligente e cientificamente fundamentado, para demonstrar que sem o protagonismo do seu município, a Rota perderia um peso considerável na sua influência económica. Afinal, trata-se de uma comunidade de quase um milhão de habitantes e estruturada para apoiar e promover a diversidade na economia, do agronegócio ao turismo, do comércio à cultura. Além disso, é um pólo universitário e estrategicamente localizado no coração do Centro-Oeste brasileiro, entre duas fronteiras (com o Paraguai e a Bolívia) e cinco divisas estaduais (São Paulo, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais).

Adriane fez um dever de casa até então ignorado e agora Campo Grande é alvo de demonstrações singulares de reconhecimento. Uma das mais recentes foi a sua escolha para ser presidente do Comitê Gestor dos Municípios da Rota Bioceânica, órgão colegiado que representa quatro países. Seu nome foi eleito por unanimidade na última quarta-feira, dia 29, durante o 4º Fórum de Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, em Iquique, Chile.

A viagem ao Chile, que incluiu agendas no Paraguai e na Argentina, foi uma das etapas do conjunto de iniciativas que Adriane Lopes assumiu para que a contribuição do seu município para as metas progressistas do corredor seja mais frutífera. Ela se reuniu com governadores, prefeitos, empresários e inúmeras autoridades chilenas, paraguaias e argentinas — entre elas o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, e Mauricio Soria, prefeito de Iquique, cuja família se formou com Heitor Miranda dos Santos e José Orcírio Miranda dos Santos a frente mais combativa e ativa de defensores da Bioceânica.

BENEFÍCIOS

Para Adriane Lopes, o desenvolvimento que será impulsionado pela Rota Bioceânica precisa ter como característica prioritária o desenvolvimento sustentável e humano, baseado na diversidade econômica, no fortalecimento dos laços entre os povos, na afirmação de culturas e tradições e na ampliação do acesso a conhecimento. A Rota — afirma o autarca — deve ser indutora de justiça social e de abertura de oportunidades para todas as pessoas.

Especificamente, algumas ações já foram iniciadas. Em setembro do ano passado, por exemplo, o autarca realizou a primeira edição do Juventude na Rota, programa dirigido a jovens com mais de 15 anos interessados em inteligência artificial, big data, novas tecnologias, empreendedorismo e outros meios de formação científica e tecnológica. Mais de 1.300 pessoas, entre jovens e palestrantes, foram ao auditório do Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo para entrar por esta porta do conhecimento, focada nos horizontes que serão abertos quando a Rota Bioceânica estiver em plena utilização.

UM GRANDE DESAFIO

Ao ser eleita para presidir o Comitê Bioceânico, Adriana enfatizou: “Quero contribuir de forma prática para que possamos avançar. os problemas enfrentados.’

Ela sabe o tamanho da responsabilidade que a espera. Ela liderará o maior colegiado representativo atuando na integração continental através da Rota Bioceânica, corredor rodoviário com 2.396 km, que liga o Oceano Atlântico aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e Argentina, para acesso ao Pacífico. O Brasil, como principal economia da América Latina, terá maior competitividade nos preços para exportar seus produtos, graças ao encurtamento de distâncias e à consequente redução de custos.

 

FONTE: MS NOTICIAS