O Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A iniciativa vem na sequência do município de Dourados ter fechado parceria com o laboratório Takeda para vacinação em massa da população a partir do dia 3 de janeiro. O esquema vacinal é composto por duas doses e, segundo o laboratório, garante imunização por até cinco anos, quando precisa ser refeita.

A vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, ao contrário da iniciativa douradense. Segundo o laboratório japonês, a capacidade de fornecimento de doses para todo o país é restrita. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias.  A incorporação do imunizante foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) e passou por todas as avaliações da comissão que recomendou a incorporação.

“O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população. A partir do parecer favorável da Conitec, seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS”, explicou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Agora, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) trabalhará junto à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, com público alvo prioritário e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses. A definição dessas estratégias deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro. Segundo o laboratório, a previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro.

“A inclusão da vacina da dengue é uma importante ferramenta no SUS para que a gente possa avançar e para que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenivel. O PNI terá agora a missão, em conjunto com a CTAI, de definir esse público prioritário que será vacinado diante da limitação de doses oferecidas pelo laboratório”, explica a secretária Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

A vacina Qdenga é aprovada para a prevenção da dengue em indivíduos na União Europeia (UE)/Espaço Econômico Europeu (EEE) — incluindo todos os Estados-Membros da UE e Irlanda do Norte, bem como países do EEA (Islândia, Liechtenstein, Noruega) e Grã-Bretanha. Nestes países a orientação é vacinar os viajantes para áreas endêmicas.

Dourados

A iniciativa da Prefeitura de Dourados, através da Sems (Secretaria Municipal de Saúde), é mais ampla. A partir do dia 3 de janeiro, o Núcleo de Imunização inicia a vacinação de aproximadamente 150 mil douradenses entre 4 e 60 anos. O laboratório Takeda já iniciou a entrega de 300 mil doses da vacina Qdenga para o ciclo completo e os imunizantes vão estar disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, além de outras ações específicas para atingir o maior número de pessoas no menor tempo possível.

“Estamos organizando a logística de distribuição das vacinas, do planejamento nas unidades de saúde para, a partir do início, no começo de janeiro, podemos atingir essa população de 150 mil pessoas até o fim de março e, assim, começar em abril aplicar a segunda dose”, explica o gerente do NI, Edvan Marcelo Marques.

De acordo com o prefeito Alan Guedes, a parceria com o laboratório japonês é um exemplo da seriedade com que a saúde dos douradenses é tratada. “A vacina Qdenga já está aprovada pela Anvisa e na rede privada há alguns meses. O laboratório entendeu que Dourados oferece as condições necessárias para essa ação em massa, como pudemos ver no trabalho realizado durante a vacinação contra a covid-19 que agora esperamos repetir com sucesso nessa que é a maior intervenção em saúde coletiva do município”, completa.

 

FONTE: PREFEITURA DE DOURADOS