Joelma da Silva André, de 33 anos, foi morta a facadas pelo ex-esposo, Leonardo da Silva, de 45 anos, na manhã desta quarta-feira (21), na rua do Ganso, número 8, Indubrasil, distrito de Campo Grande.

A vítima foi encontrada agonizando com uma faca cravada no peito e com o nariz cortado. Ela foi morta na frente dos filhos.

Conforme apurado pela reportagem, ambos foram beber na casa de amigos na noite desta terça-feira (20), e em determinado momento, a vítima foi embora de carona com outra pessoa.

Logo após, o autor também foi para a casa, mas não encontrou a mulher e foi embora. Depois, ele voltou e a acusou de traição.

Eles brigaram, ele bateu nela e os filhos acionaram a Polícia Militar (PMMS) na madrugada desta quarta-feira (21). O agressor foi embora após a chegada da polícia, mas voltou para matá-la às 6 horas da manhã.

A vizinha, Sueli Ferreira de Freitas, escutou gritos de socorro das crianças por volta das 6 horas e foi verificar o que aconteceu.

Quando chegou na casa, entrou em desespero ao ver a vizinha agonizando com um faca cravada no peito e chamou o Corpo de Bombeiros (CBMMS) e a Polícia Militar. Mas, a vítima faleceu no local, antes mesmo do socorro chegar.

O feminicida fugiu em direção a avenida Duque de Caxias logo após o crime, mas foi capturado pelas equipes da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM).

Ambos foram casados por quatro anos. Joelma possui cinco filhos, sendo dois com ele, dois de outro casamento e um de outro relacionamento.

Leonardo não aceitava o fim do casamento e sempre perseguia, mantinha contato e tentava conviver com a vítima.

A DEAM explicará mais detalhes do crime em coletiva de imprensa, que será realizada nesta quarta-feira (21), às 13h30min, na Casa da Mulher Brasileira.

NÚMEROS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que quatro mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º e 21 de fevereiro de 2024, em Mato Grosso do Sul.

Este é o primeiro feminicídio do ano em Campo Grande. Em 2023, 31 mulheres foram mortas no Estado.

O primeiro feminicídio do ano ocorreu em 3 de janeiro, quando Luciene Braga, de 50 anos, foi morta a pauladas pelo marido Airton Barbosa Louriano, de 45 anos, em Sidrolândia.

O autor já possuía oito passagens criminais por violência doméstica. A vítima possuía medida protetiva de urgência em desfavor do agressor.

O segundo feminicídio do ano ocorreu em 12 de janeiro, quando Maria Rodrigues da Silva, de 66 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, A. O., de 69 anos, em São Gabriel do Oeste, município localizado a 119 quilômetros de Campo Grande.

O terceiro feminicídio ocorreu em 21 de janeiro, quando Marta Leila Silva Neto, de 36 anos, foi morta a facadas pelo namorado, S.N.D.O, de 56 anos, em Coxim, município localizado a 253 quilômetros de Campo Grande.

DENUNCIE!

Violência contra mulher deve ser denunciada em qualquer circunstância, seja agressão física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial.

Os números para denúncia são 180 (Atendimento à Mulher), 193 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Civil Metropolitana).

O sinal “X” da cor vermelha, escrita na mão, significa que a vítima quer alertar que sofre violência doméstica. Portanto, o cidadão deve ficar atento, acolhê-la e acionar as autoridades.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO