O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve impulso dos resultados positivos do setor de serviços (1%) e da indústria (1,8%) no segundo trimestre deste ano, enquanto a agropecuária mostrou queda (-2,3%).

É o que indicam dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As variações são em relação ao primeiro trimestre. No mesmo recorte, o PIB como um todo avançou 1,4%.

O setor de serviços é o maior empregador do país e o principal componente do indicador pela ótica da oferta. Com a alta de 1%, após avanço de 1,4% no primeiro trimestre, o segmento renovou o maior patamar da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

Analistas dizem que o consumo de serviços e bens industriais teve ajuda de fatores como o aumento da renda no segundo trimestre. O mercado de trabalho aquecido e as transferências governamentais estariam por trás desse movimento.

Nos serviços, houve altas em atividades financeiras, seguros e serviços relacionados (2%), informação e comunicação (1,7%), comércio (1,4%), transporte, armazenagem e correio (1,3%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1%), atividades imobiliárias (0,9%) e outras atividades de serviços (0,8%).

Já o crescimento na indústria se deve aos desempenhos positivos de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (4,2%), construção (3,5%) e indústrias de transformação (1,8%). Por outro lado, houve queda de 4,4% no ramo extrativo.

“A indústria também cresceu [em termos gerais]. É um dos destaques deste trimestre em crescimento, mas ainda está abaixo daquele patamar que a gente vem falando, de 2013, que é o mais alto da série histórica”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

A agropecuária, por sua vez, sentiu os problemas climáticos registrados no Brasil desde o final do ano passado. A ocorrência de ondas de calor e as enchentes no Rio Grande do Sul fazem parte da lista.

“Já era previsto um desempenho ruim neste ano para a agropecuária por causa dos problemas climáticos do ano passado. Teve ondas de calor, muita chuva em alguns lugares, seca em outros. Então, isso prejudicou a safra deste ano”, afirmou Palis.

“Com a tragédia no Rio Grande do Sul, a gente viu que as estimativas, especialmente de soja, lavoura mais importante do Brasil, tiveram um aumento da queda”, acrescentou.
A projeção mais recente do IBGE, relativa a julho e divulgada em agosto, indicou que a safra brasileira de grãos em 2024 deve ser 5,5% menor do que a verificada em 2023.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO