O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comemorou na tarde desta sexta-feira (13) a assinatura, de forma unânime, da declaração de ministros da Agricultura do G20.
Ao todo, 23 ministros e autoridades ministeriais, além de representantes de quase 50 países chegaram a um consenso. “Depois de cinco anos em que todos os grupos se dedicaram, mas não conseguiram fazer uma declaração, simplesmente cartas resumindo os trabalhos”, disse o titular da pasta, após o fim da plenária do evento, que ocorre em um resort em Chapada dos Guimarães (MT).
Segundo sua avaliação, desta vez o resultado é um compromisso de construir uma agropecuária sustentável e inclusiva e contra pescas ilegais e a pesca predatória. O documento traz prioridades dentro do tema escolhido pelo Brasil na presidência temporária, de inclusão e sustentabilidade.
“Por parte da agricultura, esse tema é muito latente, porque não há como construir um mundo melhor quando as pessoas ainda passam fome. O G20 assume compromissos com a inclusão social, com a extinção da fome, com a inclusão de oportunidades econômicas (pequenos produtores, comunidades quilombolas e indígenas).”
Fávaro também falou da importância de reconhecer que as mudanças climáticas chegaram para ficar e com intensidade. “Precisamos agir de forma concreta para enfrentar essas diversidades climáticas.”
Ele mencionou, como exemplos, os compromissos firmados com a agricultura regenerativa, com o combate ao desmatamento, com a valorização de boas práticas, com o uso de bioinsumos, de tecnologias mais modernas e eficientes com respeito ao meio ambiente.
Segundo o ministro, a conversão de pastagens degradadas em áreas agricultáveis também é parte do documento.
“No mundo todo há terras em estado de degradação que podem e devem ser recuperadas, [permitindo] produzir alimentos de qualidade em maior volume e maior escala.”
Ele também destacou que o pacto contra a fome é um tema central da proposta do presidente Lula (PT) aos líderes do G20.
O encontro, que estava previsto para ocorrer em Cuiabá, foi transferido para o resort Malai Manso, ligado aos Maggi, ao lado do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.
Em ambas as cidades, o cheiro de fumaça das queimadas acompanhou todos os dias do evento.
A região tem sido coberta nos últimos dias pela fumaça das queimadas. Na quinta-feira (12), o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) informou que a área queimada registrou 36.290 hectares atingidos em todo o município da Chapada dos Guimarães, sendo 3.807 na área do parque.
“É um momento especial para mostrarmos a realidade das mudanças climáticas que estão cada vez mais intensas e que são necessárias as medidas”, afirmou o ministro, reforçando a escolha do local para sediar o evento.
FONTE: CORREIO DO ESTADO