Edelvita Soares Nogueira, de 59 anos, faz jus ao apelido que reduz o seu nome para “Vita”. E a palavra, que significa vida em latim, é justamente o que ela faz em tudo o que toca: transforma, dá energia, vitalidade. É só olhar para sua varanda que, em uma vila de seis casas iguais, se difere totalmente pelas plantas, cores e decoração única. E é engraçado que o surpreendente ocorre em seguida, pois, quem chega a entrar na pequena e aconchegante casinha, vê cores e objetos minimalistas para todo lado.

Vita conta que a paixão por flores, especialmente girrasol, margarida e hibisco nasceu na infância, quando morava na fazenda, no interior do Estado. “Minha avó sabia que eu sempre chegava com flores, para guardar no caderno, então, carreguei esta paixão comigo. E muita gente fala da minha casa, só que eu não faço para os outros, faço pra mim. E é engraçado que esses dias um casal passou de carro, deu ré, e o homem contou que quer passar pela Avenida Tamandaré, mas, a esposa dele fala: ‘passa pela casa das flores, eu gosto’. E ele sempre muda o caminho”, comentou.

No dia a dia, Vita diz que passa cerca de duas horas durante a manhã e mais duas, no período da tarde, fazendo os afazeres e cuidando das plantas. “Eu molho as plantas, tiro as folhas que estão amarelas, as flores que já secaram e coloco adubo, faço vitaminas de casca de ovo e depois sento ali para tomar o meu café e conversar com elas. Isso me traz energia e eu não me importo quem acha minha decoração brega, exagerada. É o meu gosto, faço do meu jeito e gosto assim”, disse.

Passando pela varanda, cheia de flores, catavento e um sapinho fofo, o que vemos adiante é uma sala e cozinha em tons de amarelo. Da torneira de Hello Kitty personalizada ao cooktop. Da caixinha de remédios da cadelinha Sol ao bule. Das panelas ao girassol na parede. E, muito mais: o hall de entrada e o banheiro já ganham tons rosas, o quarto vai para azul marinho e a lavanderia e frente coloridas.

“Eu compro muita coisa na internet, todo dia quase tem entregador batendo aqui. E fico quebrando cabeça, pensando onde vou encaixar tal coisa. Esses dias vi uma espátula, tava demorando demais pra chegar, fiquei doida, mas, deu tudo certo. E sempre fui assim, trago mudas e lembranças de outras lugares. Tem uma que trouxe da Bahia, outro do Rio Grande do Norte recentemente”, relembrou.

O marido, o fotógrafo Gerri Adriani, de 49 anos, diz que, “em toda que morou, a esposa é assim”. “Estamos aqui há cinco anos. Ela foi decorando aos poucos e, todo mundo que vem aqui, fala: ‘Que casa aconchegante, gostosa’. E quando ela vê algo, tem que comprar. Fomos para Santa Catarina esses tempos e lá ela achou um talher amarelo de patinha, não teve jeito, tive que negociar com a dona do imóvel. E nossa cachorrinha vai conosco, é a filhinha”, explicou.

O casal adotou a Sol na Espanha, quando moravam por lá. Na época, tinha apenas seis dias de vida. “Ficamos lá de 2006 a 2012 e a trouxemos. Ela tem passaporte e tudo. Não largo ela por nada. E agora está idosinha, não está enxergando direito, por isso está sempre conosco. E mesmo quando a gente viaja, a saudade daqui é imensa. É o meu lar, onde me sinto bem. Posso ficar dias e dias sem sair de casa que nem sinto falta”, finalizou.

 

FONTE: MIDIAMAX