Quase 29% dos eleitores aptos a votar no segundo turno em Campo Grande não compareceram às urnas. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), 184.812 pessoas não foram às seções eleitorais para escolher a prefeita da Capital.
Ao todo, 646.198 eleitores poderiam ter comparecido às urnas, mas apenas 461.386 exerceram efetivamente o direito ao voto, que no Brasil é obrigatório.
Para o presidente do TRE-MS, desembargador Carlos Eduardo Contar, o porcentual de 28,5% de abstenção foi alto.
“A abstenção, ao meu sentir, foi alta neste segundo turno, quase 29%, maior que no primeiro turno. A responsabilidade é do próprio eleitor, a Justiça Eleitoral não tem nenhuma responsabilidade [sobre o não comparecimento] e também não há nenhuma desnaturação desse processo eleitoral. Aqueles eleitores que se sentiram obrigados ou desejosos de comparecer assim o fizeram”, disse o presidente do TRE-MS.
Apesar do comparecimento às urnas ter sido considerado baixo, o presidente do TRE-MS afirmou que as eleições municipais deste ano foram tranquilas, sem nenhuma intercorrência grave.
“Não tivemos nenhuma ocorrência grave, eu tenho registro de apenas três situações normais, dentro do esperado, nada realmente significativo. Uma eleição extremamente tranquila, tanto na campanha, durante todo o processo eleitoral, quanto hoje, no tocante à votação”, garantiu Contar.
INTERCORRÊNCIAS
Segundo dados do TRE-MS, três urnas foram substituídas em Campo Grande, todas logo no início da votação.
“É esperado, esses contratempos, eventuais substituições ou algo semelhante, que algum problema ocorra durante o dia, são calculados. É um número realmente pequeno”, afirmou.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que, ao longo do dia, apenas quatro ocorrências foram registradas em Campo Grande, uma delas foi de boca de urna.
Em um dos casos, a diretora da Escola Estadual Clarinda Mendes foi detida e encaminhada para a Polícia Federal, por desordem eleitoral. Segundo a Sejusp, a mulher estaria “agindo fora de suas atribuições, causando desordem nos trabalhos eleitorais”.
Segundo informações, a diretora teria abordado eleitores e desrespeitado as normas da Justiça Eleitoral, comprometendo a tranquilidade do processo de votação.
A detenção foi realizada com base no artigo 296 do Código Eleitoral, que prevê sanções para ações que perturbem o andamento das eleições.
Em outro caso, uma pessoa foi detida e levada para a sede da Polícia Federal por fazer boca de urna em frente a uma das zonas eleitorais.
Conforme a Sejusp, o autor teria parado um carro na frente da Escola Estadual Amando de Oliveira, no bairro Piratininga, com bandeira e adesivo de uma das candidatas.
A curiosidade ficou por conta de dois atendimentos realizados pelas forças policiais e de saúde. Em um deles, um eleitor, de 54 anos, que é cardiopata, passou mal em uma zona eleitoral.
De acordo com registro da Sejusp, o eleitor estava na Escola Municipal Professora Brígida Ferraz Fosse quando teve tontura e não estava conseguindo voltar a ficar consciente. Ele precisou ser encaminhado para o Hospital El Kadri para atendimento.
No segundo caso, uma mulher teve uma queda, que resultou em um corte. Em razão do sangramento, ela precisou ser encaminhada pelo Samu para receber atendimento médico.
OPERAÇÃO
De acordo com a Sejusp, no segundo turno das eleições na Capital, foi realizada uma operação com recursos estratégicos para garantir a ordem e a segurança no processo eleitoral.
Entre os recursos empregados estavam a disponibilização de agentes da força de segurança pública, totalizando 782 agentes, com uma tropa de contingência com 100 policiais militares e 100 policiais civis.
Além do efetivo humano, também foram utilizadas 255 viaturas, da Polícia Militar, da Polícia Civil, dos bombeiros, da perícia, da Guarda Civil Metropolitana e do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).
184,8 mil número de eleitores ausentes nas eleições
Dos 646.198 eleitores que estavam aptos a comparecer às urnas em Campo Grande neste segundo turno, apenas 461.386 efetivamente exerceram o direito ao voto, o que significou uma abstenção de 28,5%.
FONTE: CORREIO DO ESTADO