O Papa Francisco, líder da Igreja Católica desde 2013, morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo portal Vatican News.

Francisco ficou internado durante 40 dias no início deste ano. No dia 14 de fevereiro, ele foi diagnosticado com pneumonia bilateral, por essa razão, foi exigido o uso de antibioticoterapia com cortisona. Além disso, precisou de transfusões de sangue em decorrência de uma baixa contagem de plaquetas, identificadas junto à anemia.

O papa também chegou a ser considerado clinicamente em condição delicada durante o período em que esteve internado, apresentando sinais iniciais de insuficiência renal leve.

Apesar de alguma melhora, os médicos classificaram seu quadro como “reservado”, indicando que sua recuperação ainda era incerta e exigia cuidados intensivos.

Os problemas respiratórios enfrentados por Francisco demandaram o uso de ventilação mecânica não invasiva um procedimento em que uma máscara é colocada sobre o rosto para facilitar a entrada de ar nos pulmões sem a necessidade de entubação.

Já no dia 23 de março, teve alta do hospital, continuando o tratamento em sua casa, no Vaticano. Francisco ainda chegou a fazer algumas aparições em público. Na manhã deste domingo (20) ainda chegou a aparecer aos fiéis, em uma cadeira de rodas, dizendo “queridos irmãos e irmãs, boa Páscoa a todos”.

Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro sacerdote latino-americano a se tornar papa, sucedendo Bento XVI, que renunciou ao posto. Após dois dias de conclave, foi eleito pontífice em 13 de março de 2013, adotando o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis – santo italiano que abdicou de uma vida de posses para se dedicar aos pobres e à natureza.

Francisco será lembrado por seu carisma, seu compromisso com os mais pobres e suas tentativas de tornar a Igreja mais inclusiva e próxima da atual sociedade.

Durante seu pontificado, se dedicou a reformar a Cúria Romana, combatendo diversos escândalos financeiros e tendo uma maior transparência dentro do Vaticano. Também foi uma voz ativa na defesa do meio ambiente, lançando em 2015 a encíclica Laudato Si’, na qual alertou sobre as mudanças climáticas e a necessidade de uma economia mais sustentável.

Outro ponto marcante de sua liderança foi sua postura acolhedora em relação à comunidade LGBTQIA+. Embora tenha mantido a posição tradicional da Igreja sobre o casamento, Francisco defendeu publicamente que pessoas homossexuais deveriam ser respeitadas e acolhidas, chegando a apoiar uniões civis e a bênção pastoral para casais do mesmo sexo.

Suas declarações, como “quem sou eu para julgar?”, em referência a padres homossexuais, geraram grande repercussão dentro e fora da Igreja.

Defensor dos mais pobres e crítico das injustiças causadas pelo atual modelo econômico, o pontífice argentino tem usado sua voz para cobrar ações concretas contra a desigualdade e a exclusão.

Ao longo de seu pontificado, Francisco também tem abordado temas delicados em seus discursos. Ele já repreendeu líderes de nações em guerra, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Além disso, fez críticas diretas à atuação da União Europeia diante da crise migratória, iniciada em 2015, cobrando mais acolhimento e solidariedade aos refugiados.

Promoveu também vários diálogos com outras religiões, buscando aproximação com líderes muçulmanos, judeus e cristãos de outras denominações.

Biografia
Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, veio ao mundo em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, capital da Argentina. Filho de imigrantes italianos, cresceu em uma família católica de classe média e desde jovem demonstrou interesse pela vida religiosa.

Antes de ingressar no seminário, chegou a estudar química e trabalhou brevemente em um laboratório. Em 1958, entrou para a Companhia de Jesus (os jesuítas), ordem religiosa conhecida por seu rigor intelectual e dedicação às causas sociais. Foi ordenado sacerdote em 1969 e, ao longo das décadas seguintes, ocupou diversos cargos de liderança dentro da Igreja na Argentina, incluindo o de arcebispo de Buenos Aires, nomeado em 1998.

Conhecido por seu estilo austero e próximo do povo, Bergoglio ficou marcado por optar pelo transporte público, viver em um pequeno apartamento e manter uma rotina simples mesmo como cardeal.

FONTE: CORREIO DO ESTADO