Na manhã desta 6ª feira (16.maio.25), durante duas audiências públicas realizadas na Câmara Municipal de Campo Grande — uma sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e outra sobre a prestação de contas da Prefeitura referente ao primeiro quadrimestre de 2025 — o vereador Landmark Rios (PT) fez um discurso firme, cobrando mais conexão entre o orçamento público e as necessidades reais da população campo-grandense.

Vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, Landmark reforçou que a LDO, além de um instrumento técnico, é uma ferramenta política que define prioridades e, consequentemente, quem será atendido ou esquecido.

“Nós precisamos de um orçamento que corresponda com a realidade das pessoas. Que tenha o remédio lá na ponta, que pense na habitação, na periferia, nas hortas urbanas, no transporte público, na vida de quem mais precisa”, afirmou Landmark.

O vereador questionou o alto percentual do orçamento ainda destinado ao custeio da máquina pública, enquanto faltam recursos para áreas básicas. Ele também alertou para a ausência de previsão orçamentária para habitação popular, mesmo com o crescimento de áreas em situação precária na cidade. “Não podemos mais aceitar uma Campo Grande com 51 ocupações e nenhuma linha na LDO sobre moradia”, disse.

Para tentar corrigir essas distorções, Landmark protocolou 38 emendas à LDO, buscando garantir a inclusão de políticas públicas voltadas à agricultura familiar, segurança alimentar, inclusão social, mobilidade, educação e saúde pública. Segundo ele, o orçamento precisa “salvar vidas” e “atender as pessoas no bairro, na comunidade, no posto de saúde”.

Ao encerrar sua fala, o vereador reforçou que a discussão da LDO deve ser coletiva, transparente e com foco na transformação social. “O orçamento tem que falar a língua do povo. Senão, a gente continua planejando pra poucos e ignorando as necessidades da maioria.”

Entre os destaques das emendas propostas, estão:

Criação de cozinhas solidárias nos bairros periféricos, abastecidas por hortas urbanas e pelo Cinturão Verde, com alimentos adquiridos via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);

Apoio técnico e financeiro às Feiras do Agricultor, priorizando produtos da agricultura familiar, agroecológicos e orgânicos;

Implementação do Cinturão Verde, com estrutura para assentar até 400 famílias, acesso à terra, produção agroecológica e comercialização direta;

Ampliação da Central de Processamento de Alimentos, fortalecendo o escoamento da produção da agricultura familiar às escolas municipais;

Regularização e apoio às hortas urbanas e periurbanas comunitárias;

Criação de Centros de Convivência para idosos, com acolhimento, alimentação e atividades culturais e recreativas;

Assistência financeira complementar para aposentados e pensionistas do IMPCG com baixa renda;

Fortalecimento do transporte público, com ampliação de linhas, modernização de frota e estudos de mobilidade urbana;

Previsão de apoio a entidades filantrópicas, com destaque à Santa Casa, para prestação de serviços ao SUS;

Fomento à permanência da juventude no campo, com acesso à educação técnica, crédito e assistência especializada.

 

FONTE: MS NOTICIAS