A área de florestas plantadas tem crescido vertiginosamente em Mato Grosso do Sul. A expansão das fábricas de celulose explicam a ampliação dos campos destinados ao eucalipto, principalmente na região Leste. Atualmente a área destinada ao eucalipto é de 1,480 milhão de hectares, número que deve chegar a 2,5 milhões nos próximos anos.
Dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apontam que Mato Grosso do Sul tem o segundo maior plantio de eucalipto do País. O relatório aponta que MS chegou a 1,110 milhão de hectares plantados em 2022. Crescimento foi de 89% ante os 587.310 hectares registrados em 2022. Em 2024, conforme dados do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS), o total chegou a 1,480 milhão.
De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o Estado tem potencial para expandir esse total.
“Nosso dado oficial do Estado, é que temos 1,480 milhão de hectares de eucalipto. E temos uma perspectiva de que até no fim do próximo ano a gente incorpore mais 500 mil hectares, que podem sair da área de pastagem [degradada] e ir para a celulose. Então é isso para atender aos projetos existentes”, afirmou ao Correio do Estado.
Conforme informações dos representantes do segmento, MS pode ser o destino de quatro novos empreendimentos do setor de celulose até o ano de 2032, expansão que demandaria a criação de quase 100 mil novos empregos no setor, sendo 24 mil diretos e outros 69 mil indiretos.
“O Mato Grosso do Sul batalhou muito para alcançar esse patamar de competividade e esse ambiente extremamente favorável de negócios e crescimento econômico”, afirma o governador Eduardo Riedel, destacando que o Estado é hoje destaque nacional e está no topo do ranking de competividade.
O presidente da Ibá, Paulo Hartung, apresentou o levantamento ao governador, destacando a importância de estabelecer uma agenda de trabalho, considerando os planos de expansão da celulose no Estado.
“O setor é forte no Brasil, mas olhar para a expansão do setor é olhar para o Mato Grosso do Sul. Há desafios e um dos maiores reside na necessidade de criar capacidade para dar conta da crescente demanda por mão de obra e infraestrutura social e econômica. Mas temos em mãos uma enorme oportunidade e esse polo pode virar uma referência no mundo”.
Mato Grosso do Sul opera com uma capacidade instalada de produção de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose nas três linhas em funcionamento no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado.
A capacidade produtiva já deve ser ampliada em mais 2,9 milhões de toneladas a partir desse mês, com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo.
Até 2028, está previsto o início da operação da primeira linha da Arauco, em Inocência, com capacidade de processamento anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose.
PLANEJADAS
Conforme já publicado pelo Correio do Estado, há ainda as já planejadas segundas linhas da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (com capacidade de produção prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano), e da Arauco, em Inocência (fábrica que poderia gerar 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano).
A reportagem também adiantou, na edição de 4 de maio, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis próximos endereços para a instalação de uma nova indústria de celulose em Mato Grosso do Sul.
Ainda não confirmado, o novo empreendimento seria fruto de negociações da multinacional Portucel Moçambique, empresa criada pela portuguesa The Navigator Company.
O Correio do Estado também adiantou na edição de 27 de maio que a multinacional Paper Excellence, parceira da J&F Investimentos na Eldorado, também pode constuir uma fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul. O governador Eduardo Riedel reuniu-se com o empresário indonésio Jackson Wijaya, que teria demonstrado o interesse em investir por aqui.
O economista Eduardo Matos, avalia que a chegada de novas plantas de celulose trazem desenvolvimento para todo o Estado.
“É importante citar que, quando uma grande indústria se instala em um local, antes mesmo do início de suas operações, traz a reboque diversos empreendimentos, uma vez que haverá um aumento do fluxo monetário no local, abrindo a oportunidade para outras empresas, sejam elas fornecedores diretas ou indiretas da fábrica, além daqueles que visam atender os novos colaboradores, ou seja, fortalece o fluxo circular da renda”, acrescenta o economista.
FONTE: CORREIO DO ESTADO