Neste domingo (15), o cenário no canteiro da Avenida Mato Grosso, entre a Rua 14 de Julho e 13 de Maio, amanheceu diferente. Equipes trabalhavam, desde às 5 horas da manhã, na remoção de uma das centenárias e majestosas figueiras plantadas ali, em 1920.

Em julho deste ano, o Midiamax esteve no local para conversar com comerciantes e moradores que viam a árvore como risco, já que os galhos secos ameaçavam cair com o vento. Inclusive, procurada pela reportagem na época, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) havia adiantado que a retirada da centenária estava programada pela pasta, mas não sabia apontar quando isso aconteceria.

A figueira já estava nitidamente morta. Não havia mais folhas e os troncos e galhos estavam completamente secos. Tanto a árvore removida, quanto as outras que preenchem a extensão da avenida, são tombadas como patrimônio da cidade.

Para a segurança de pedestres e condutores, o trecho da avenida onde está a árvore foi fechado nos dois sentidos. A previsão é que a remoção seja concluída ainda hoje.

Conforme os funcionários que atuam no local, os galhos mais finos viraram serragem e foram triturados lá mesmo. Já os galhos mais grossos serão retirados em pedaços grandes. Outra figueira seca, localizada na esquina da Mato Grosso com a Rua 13 de Maio, deve ser retirada na próxima semana.

‘É uma pena isso acontecer’

A centenária não é uma simples árvore, afinal, está plantada no canteiro antes de muita gente nascer. Campo Grande possui uma das maiores quantidades de árvores na área urbana.

“Eu até disse para minha mãe que está caindo fuligem dos galhos, estão se desfazendo aos poucos. Isso é perigoso, pode cair em algum carro estacionado ou machucar alguém. Recentemente, veio uma equipe da prefeitura para podar as árvores, só essa que não foi”, contou uma funcionária da região.

Outro funcionário de uma ótica relembra que a árvore proporcionava uma ótima sombra, mas há mais de seis meses vem “morrendo aos poucos” e em quatro meses secou.

“É uma pena isso acontecer. Os galhos estão muito secos e é perigoso. Eu até estaciono do outro lado da via. Quando a equipe de análise veio, pegaram um pedaço da árvore para analisar”.

Envelhecimento natural

Em nota enviada ao Midiamax em julho, a Semadur informou que a pasta realiza anualmente o tratamento fitossanitário nas figueiras (Ficus microcarpa) localizadas no canteiro central da Avenida Mato Grosso. Um trabalho contínuo de manejo que tem por objetivo preservar e proteger a saúde das árvores.

Em abril de 2024, a Semadur realizou mais uma ação de tratamento fitossanitário na árvore mencionada, executando o manejo em duas etapas. Durante a ação, a Semadur realizou a pulverização do óleo de neem durante a noite para controle de pragas como a mosca branca, além da aplicação de macro e micronutrientes, adubos NPK e compostos biológicos via fertilizante organomineral durante o dia para tratar questões nutricionais e fisiológicas das árvores. Portanto, a segunda etapa foi realizada após alguns dias com supervisão técnica pela Semadur.

A Semadur observou a progressão do processo de senescência da árvore mencionada e realizou procedimentos para tentar prolongar sua vida. No entanto, apesar das intervenções, não foi possível evitar a perda de vitalidade, conforme constatado em Parecer Técnico.

Com base no parecer técnico emitido pela Semadur, que identificou a figueira como atendendo aos requisitos da Lei Complementar n. 184/2011, a lei autoriza a supressão de árvores em logradouros públicos e lotes particulares quando seu estado fitossanitário justificar ou quando apresentarem risco iminente de queda.

 

FONTE: MIDIAMAX